terça-feira, 3 de novembro de 2009

Divagando …

Meus amigos,

todos nós vivemos a vida muito intensamente e a correr.

Todos nós estamos sob o stress, trabalho intenso, vida em constante correria e estamos tão obsecados com os nossos problemas que não ligamos a coisas tão simples e banais como o vento que sopra, o sol que brilha, a chuva que cai, o riso das crianças, não aproveitamos bem o tempo que a vida nos proporciona...

Tenho 48 anos e sempre fui uma pessoa saudável, até ao ano 2003 altura em que comecei a sofrer de depressão e ansiedade. A tudo isto vieram a juntar-se problemas de hipertensão e circulação, de vez em quando umas recaídas apenas dias de confusão na cabeça sem saber o que fazer e para onde ir, noites sem dormir, mas nada de especial.

Ontem foi mais um dia de stress no trabalho, má alimentação, cansaço acumulado... Já não consigo combater esta maldita doença e começo a dar-me por vencido, o que nunca fiz, mas desta vez não tenho outro remédio se não deixar-me tombar e acabar com este constante sofrimento, que origina que eu não ande bem e faça sofrer aqueles que mais amo, a minha família e os meus verdadeiros amigos.

Sentia cansaço, mais cansaço que o normal, não liguei. O stress estava a aumentar e eu sem dar por nada. Chego a casa não falo com ninguém, mulher e filhos, só me sinto bem em silêncio, na escuridão e na solidão. Por vezes quando me encontro a sós e meditando na minha vida só me apetece pôr-lhe termo pois penso muitas vezes que não fui o marido e o pai que devia ter sido, mas já não há remédio. Cada dia que passa mais desprezo tenho pela vida que não me diz nada. Penso constantemente na minha mãezinha que faleceu há cerca de 14 anos, recordo-a todos os dias e só me apetece reencontrá-la. A vós meus amigos, aprendam a reconhecer os sinais da vida, aprendam a parar, aprendam a pensar antes de agir, não confiar em toda a gente, aprendam a dar valor ás pequenas coisas, a quem tem filhos olhem bem para eles, que nós esquecemos que eles e a nossa família devem ser a nossa prioridade e por vezes não são pois colocamos o trabalho e as amizades, algumas muito falsas acima da nossa família. Isso paga-se, mais cedo ou mais tarde paga-se de uma forma ou de outra. A quem tiver o verdadeiro amor a que o aproveite com a máxima intensidade que um momento pode dar... porque amanhã... não sabem mas pode ser tarde. A pedra atirada já não volta atràs.

Carlos Amoroso

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