terça-feira, 3 de novembro de 2009

CARTA DE DEPRESSÃO

Só quem já esteve na mesma situação que me encontro agora pode saber realmente o quanto é penoso sofrer desse mal tão cruel: a depressão.
Ao longo de toda minha vida já havia vivenciado momentos nos quais me sentia "para baixo", assim como tive também situações diversas de “alto astral”.

Tenho plena consciência que as oscilações do humor e do estado de espírito de qualquer pessoa são normais. Sei que esses sentimentos fazem parte da vida de todos nós. Mas, o que sinto nesses últimos meses é algo bastante diferente: é uma doença, um mal incontrolável, uma sensação que não consigo vencer.

Ter sido forçado a perder a minha mãe tão cedo foi algo que realmente me abalou profundamente.

Aqui, nesse lugar sombrio e desumano, tenho passado por situações horrendas, sensações de tristeza e dor como nunca havia presenciado em toda vida.

O dia está quase amanhecendo e estou aqui mergulhado em pavor e medo. O sol está quase raiando e até agora não consegui dormir nenhum minuto sequer. Depois de tantas horas em claro resolvi escrever essa Carta para poder me distrair um pouco dos pensamentos negativos e tentar esquecer as dores e enjôos constantes.

Minha vida tem sido tão difícil; não tenho energia e interesse para trabalhar nem para outras actividades que em tempos me deram tanto prazer. Já estou há muito tempo sem sair de casa, excepto para ir trabalhar o que ainda vou conseguindo com muito sacrifício e quanto mais penso no risco que corro e nos desgostos da vida fico ainda mais deprimido.

Tenho procurado não faltar nas sessões de psicanálise, pois sei que preciso de tratamento, mas infelizmente nesses dias não tenho tido forças para fazer nada, nem mesmo para tomar os remédios.

As alterações do apetite e do sono me fizeram descontrolar. Quando me olho no espelho só vejo uma imagem que detesto e me atormenta dia a dia, o que por vezes me faz chorar, quando estou sozinho e em silêncio meditando no que foi a minha vida até aqui e no que será daqui para a frente. Dessa maneira tenho passados os dias com muita tristeza e lamúrias.

A princípio pensei que a tristeza que sentia logo que assim fiquei era saudade da minha mãe. Eu imaginava que com o passar dos primeiros dias voltaria a viver normalmente, mas jamais pude imaginar que acabaria numa situação dessas, vivendo dia a dia sempre a pensar no mesmo e sem vontade de continuar esta caminhada da vida, pois sinto-me cansado e bastante desmotivado e vencido.

Todos os dias eu peço a Deus que me ajude a sair desse poço em que me encontro. Não sei até quanto poderei suportar tamanho pesar.

Essa Carta não é mais do que uma simples distração, pois ela representa ainda um pedido de socorro de uma alma aflita. Essa Carta é dirigida a todas as pessoas boas e de coração puro. Assim, espero que você, meu amigo, possa me ajudar de alguma forma.

Quem tiver acesso a essa Carta e puder me ajudar, saiba que serei grato pelo resto de minha vida !!!

1 comentário:

  1. Carlos, comigo e com a minha família (pai, mãe e Peter) sabes que podes contar a 100% para tudo o que precisares e quando digo tudo é tudo mesmo. Vou tentar fazer o que estiver ao meu alcance para que consigas melhorar a angústia que vives neste momento.

    Um grande beijinhos
    Vera Ferreira

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